Que os carros fazem parte da vida das pessoas, isso não se consegue negar. Porém, esse é um costume que vem se perdendo com o passar do tempo, justamente pelas mudanças que as novas gerações vem causando atualmente, principalmente no aumento da preocupação com o meio ambiente.
Sabe-se que os veículos atuais estão entre os grandes causadores dos aumento dos níveis de dióxido de carbono que, entre outras coisas, causam o aumento do aquecimento global, com a degradação da camada de ozônio e, por sua vez, com uma maior absorção de calor por parte dos raios solares que são emitidos para cá.
Por conta disso, as maiores montadoras do mundo estão mexendo os pauzinhos para não somente oferecer outros modelos mais sustentáveis ao mercado, bem como também garantir a própria sobrevivência. Nesse sentido, a era dos carros elétricos está mais perto do que nunca.
Uma dessas montadoras é a Chevrolet que é muito conhecida em todo o mundo, especialmente no Brasil. Por aqui, a marca, gerida pela General Motors, lançou diversos modelos que conquistaram o mercado brasileiro. Não é de se espantar, por exemplo, que o carro mais emplacado no país é o seu modelo Ônix, lançado em 2012 para concorrer com os carros populares da época.
Outro modelo que causou um grande frisson no país foi o Chevette.
O Chevrolet Chevette: Uma História
O Chevette é um modelo de veículo que foi lançado pela Chevrolet no ano de 1973. Na Europa, a Opel, que era uma subsidiária da marca, lançou o veículo no mesmo ano, tendo sido a própria Chevrolet a responsável pelo lançamento aqui no Brasil.
Inicialmente, o Chevette fora introduzido como um sedan de duas portas, sendo que essa era a sua principal bandeira. Porém, não impediu que a Chevrolet se aventurasse e lançasse, por exemplo, um modelo com quatro portas. Diversos outros derivados ganharam vida devido à plataforma do Chevette, como é o caso da Marajó, uma Station Wagon e a Chevy 500, uma pick up para poder brigar com outras marcas de peso da época, como a Ford Pampa e a Volkswagen Saveiro.
Um dos grandes chamativos do modelo era, sem dúvida, a sua motorização, que fazia com que o Chevette pudesse apresentar diversos tipos de motores, como 1.0 (que foi uma das ultimas motorizações oferecidas), 1.4 e, em alguns mercados, até 1.8. Por conta de sua força e robustez, aliada com o design inspirado nos veículos europeus, o Chevette fez um sucesso tremendo entre os jovens, que viam o veículo como um método descolado de ter muitos amigos.
O Chevette no Mercado Estadunidense
Apesar de ter sido lançado no Brasil em 1973, o mercado estadunidense só veio conhecer o modelo depois, em 1975. Naquele ano, a GM pretendia que 275 mil veículos do modelo fossem vendidos. Só para se ter uma ideia, em 1987, quando o veículo deixou de ser fabricado por lá, foram emplacadas mais de dois milhões de unidades do Chevette, o que evidencia o tremendo sucesso que o modelo causou nos EUA.
Naquela época, pouco se falava sobre estilizações e evolução tecnológicas. O modelo que era fabricado em 1973, por exemplo, praticamente nada mudou para os últimos que foram fabricados, tendo sofrido apenas mudanças pontuais em algumas coisas que não interferiram profundamente na identidade visual do automóvel. Apesar de ter sido oferecido por aqui com uma motorização 1.4, a que mais fez sucesso no Brasil foi, sem dúvida, a que continha o motor 1.0, chamado de Chevette Junior. Mas o que explica o sucesso todo do modelo?
Basicamente, para quem não se lembra, o Brasil estava passando por diversos perrengues econômicos, herdados das crises econômicas da década de 1970 e 1980. Em 1990, depois da eleição do primeiro presidente por vias diretas, a eleição de um presidente (E a sua posterior deposição) necessitava de uma resposta rápida das autoridades. Dessa maneira, o então presidente Itamar Franco (vice de Fernando Collor, que havia sido deposto), munido com os seus ministros da Fazenda e do Planejamento decidiram lançar um plano de fomento à indústria nacional, especificamente para a indústria automobilística: redução de impostos para carros com um motor menos potente, os populares 1.0. Dessa maneira, a intenção era fazer com que as pessoas pudessem comprar o seu primeiro carro, bem como, também, ajudar a aquecer a economia. Não somente a Chevrolet lançou veículos com esse tipo de motorização, mas a Volkswagen, a Ford e a Fiat, por exemplo, entraram nesse jogo também.
O Último Chevette Brasileiro
Depois de permanecer no mercado mundial por mais de 20 anos, era chega a hora de dar adeus ao modelo mais icônico já fabricado pela Chevrolet. Em 1993, mais especificamente no dia 12 de Novembro, o último Chevette 1.0 modelo 1994 saía da linha de montagem da GM que era localizada em São José dos Campos.
Na época, grande alarde foi feito com o encerramento da vendagem do veículo, já que ele era um grande sucesso de crítica. Vale a pena relembrar um fato que não era muito comentado naqueles tempos: Durante os anos 1970, o mundo viveu uma profunda crise do petróleo, o que causou diversos problemas econômicos aos países, incluindo o Brasil. Dessa forma, o lançamento de um veículo que não gastasse muito e ainda assim pudesse oferecer conforto e espaço amplo foi uma coisa que chamou a atenção de muita gente.
Vale lembrar também que, nessa época, foi fomentada no Brasil o desenvolvimento de um motor que pudesse responder a um substituto dos combustíveis fósseis – foi aí que o biocombustível foi criado, tendo sido o etanol (ou, popularmente, álcool) um tipo de abastecimento que se mantém até hoje nos postos de combustíveis.
O encerramento da fabricação do Chevette tinha ainda uma outra intenção, talvez mais nobre que a do Chevette: está se falando, basicamente, da chegada de um outro modelo que também estava fazendo um tremendo sucesso na Europa: o Corsa. Nem é preciso dizer que o sucessor do Chevette também foi um estouro de vendas por aqui. Por sua vez, o Corsa foi descontinuado em 2011 para dar lugar ao Ônix, que está até hoje na linha de produção da Chevrolet, sendo líder de vendas e com grandes promessas tecnológicas.