Que os carros são o suprassumo da vida de muita gente, isso não tem como se negar. Eles têm um papel muito importante para o desenvolvimento da sociedade, já que, com a utilização destes, muitas conquistas foram alcançadas.
Vale ressaltar que se não fosse a invenção da roda, um dos principais elementos do automóvel, seria bem provável que ele nem estaria rodando nas ruas e estradas do mundo afora. Nasceu com a necessidade de o ser humano ter mais praticidade e conforto ao precisar carregar objetos grandes de um lado para outro.
Com o passar do tempo, não somente a roda foi passando por diversas evoluções tecnológicas, mas também os veículos em si, até chegarem aos modelos atuais que temos hoje. E, por falar no presente, uma das tendências mais impactantes das décadas passadas parece estar retornando com tudo no mercado: Estamos falando dos carros bicolores.
Os Carros Bicolores: O Que São?
Como o próprio nome já entrega, os carros bicolores nada mais são do que automóveis cuja a pintura consegue combinar duas cores diferentes. Parece uma coisa nova, não é mesmo? Isso se dá, justamente, pela normalização de cores sólidas dos carros, situação que começou a ser realidade a partir dos anos 70, onde as cores metálicas (bem como outras) começaram a ser empregadas de uma forma única. Ou seja: se o carro tivesse cor vermelha, essa seria a cor em toda a sua extensão (entrando aí o caso dos para-choques). É por isso que boa parte da geração atual sequer ouviu falar em carros com duas cores.
Só que, mesmo com essa tendência tendo desaparecido com o passar dos anos, uma marca em especial apostava fielmente nesse conceito, que é o caso da Bentley, com os famosos “Mini Coopers”. Porém, não era novidade na indústria automobilística que os modelos bicolores retornassem às vendagens, por conta de uma certa nostalgia que o consumidor gosta de sentir, aliado com a exclusividade de ter um modelo diferente dos demais: as cores branca, prata e preta são as que mais saem dos modelos, o que se pode ver nos grandes centros: pouca variedade e muita monotonia.
Geralmente, o carro que é pintado como bicolor apresenta duas cores que são dispostas no teto e no restante da lataria. Dessa forma, é bastante comum que carros vermelhos, por exemplo, apresentem o teto na cor preta, já que há uma química entre essas duas cores.
Porém, as montadoras que não são burras apresentam diversas outras formas de personalização, que inclui, entre outras coisas, cores diferenciadas para os espelhos retrovisores, o capô e o para-choque dianteiro. Nem é preciso dizer que tais extravagâncias custam um pouco mais caro do que as versões comuns. E, se o mercado apresenta, é porquê há demanda.
Os Pioneiros
Um dos pioneiros dessa nova geração de veículos é o Kicks, fabricado pela Nissan. Lançado em 2016, o carrinho apresentava seis combinações possíveis, com um preço que estava na faixa dos cem mil reais. De acordo com dados de venda obtidos na própria Nissan, desde o seu lançamento, o modelo estava com uma média de emplacamento de 300 unidades.
Isso demonstra para especialistas que o conservadorismo brasileiro na hora de adquirir um carro está mudando. E, para que isso fosse possível, existiu uma grande preparação por parte das montadoras: o retorno dessa tendência foi cravado 3 anos antes da chegada do Kicks ao mercado através do Salão do Automóvel: a Renault apresentou ao mundo o SUV Captur que conseguiria ser comercializado com 9 combinações diferentes de cor. E, de acordo com registros da marca, o modelo com cores personalizadas foi o que mais foi emplacado no mercado. Ou seja, é nítida cada vez mais a vontade do consumidor em personalizar tudo aquilo que lhe pertence; desde roupas a, até mesmo, o seu próprio carro.
Como já abordado no início desse artigo, os caprichos que o consumidor pode pedir com o seu veículo obviamente encarecerá o preço final do veículo. A regra é clara: quanto maior a customização, maior será o preço cobrado, sendo que a combinação de cores pode encarecer o veículo em uma faixa de preço que vai de 900 a até 3000 reais. Os preços mais altos, obviamente, estão relacionados com as cores do tipo “metálico”, bem como, também, com as combinações mais comuns de se acontecer, como vermelho e preto e branco ou preto.
Na Europa
E isso não é tendência só aqui no Brasil não: voltando com o modelo Captur da Renault, em terras europeias o modelo com cores personalizadas responde por nada mais nada menos do que 75% das vendas. Uma outra explicação para justificar a quebra da monotonia com os modelos é que a cor preta, quando empregada no teto, fazia com que a percepção sobre o real tamanho do carro ficasse menor. Ou seja, quando se olha o teto preto, têm-se a impressão que o carro é menor do que realmente é a sua dimensão real. Isso se concretizou quando a Jeep lançou o SUV Compass.
Um modelo ainda mais pioneiro do que o Kicks eram os carros da Land Rover, na qual era bastante habitual que os seus modelos apresentassem uma cor no teto e outra totalmente diferente no restante de sua lataria, aumentando ainda mais a exclusividade e a esportividade do simpático carro.
Tendência Chegou Também Aos Celulares
Essa tendência não foi observada somente nos automóveis: os celulares foram outra categoria de produto que também passou a contar muito com a questão da personalização. Ou seja, os clientes poderiam ter a liberdade de escolher como planejar o seu próximo celular. A Motorola, depois que foi adquirida pela Google, lançou nos Estados Unidos a função “Moto Maker”, na qual ela oferecia aos clientes a possibilidade de escolher as cores, adornos e até mesmo a inclusão de brasões ou assinaturas, tudo feito online. Especulou-se que esse serviço seria expandido para outros países, como o Brasil. Mas o projeto não vingou externamente. A própria Google, por exemplo, tem um projeto de “celular modular”, na qual o cliente pode adquirir peças mais potentes com o passar do ano, sem trocar totalmente o celular.