A Volkswagen é uma das montadoras de carro mais importantes de todo o mundo: isso porque, ela revolucionou na hora de se fabricar um carro, numa época onde o Fordismo dominava as linhas de produção, e se parecia impossível tentar firmar algum tipo de concorrência com a fábrica de Henry Ford.
Como muitas pessoas já devem saber, o mentor por trás da fundação da Volks foi ninguém mais ninguém menos que Adolf Hitler, um dos mais sanguinários ditadores de todos os tempos, que governou a Alemanha durante os anos de 1930 e 1945. A intenção de Hitler com a fundação da Volkswagen era, justamente, aquecer a economia alemã, que se encontrava muito fragilizada, desde o fim da Primeira Guerra Mundial, e, também, para promover uma atualização das frotas de automóveis no território alemão. Com isso, Hitler investiu para que a empresa fosse possível criar um carro popular, que pudesse ser bonito, eficiente e de qualidade, que também tivesse a capacidade de carregar uma família de quatro pessoas, que era o normal da época. Desse projeto, nasceu o Fusca, que é um dos modelos mais icônicos da marca, e que fez sucesso em vários países, em particular no Brasil, onde, ainda hoje, o modelo é bastante requisitado, por conta da facilidade em achar peças e, claro, pelo peculiar formato, que se assemelha e muito a um besouro.
E, com esse carro, o sucesso foi imediato, já que a intenção também era usar ele como plataforma para veículos para serem utilizados em combates de guerra. Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, diversos carros militares foram utilizados, utilizando a plataforma do Fusca.
Mas logo a VW percebeu que não ia se sustentar somente no sucesso do Fusca, sendo necessário que, para que ela pudesse sobreviver, investir em desenvolvimento de outros modelos. Nisso, surgiu a Kombi, que é, de longe, um dos carros mais longevos que se tem notícia no mundo: No Brasil, por exemplo, ela foi vendida dos anos 1950 até 2013. E ela só parou de ser vendida nessa data por aqui por conta das novas exigências do governo Brasileiro, que considerava a colocação de freios ABS e airbags nos novos modelos que saíssem das fábricas a partir do ano de 2014. Uma das justificativas para a manutenção, por tanto tempo, desse modelo, a VW falava que não mexia em “time que estava ganhando’, por conta dos ótimos resultados das vendagens da Kombi.
E, com o tempo, a VW foi ganhando notoriedade e investimentos, o que possibilitou que ela crescesse e investisse em outros modelos. E, aí, surgiu a Variant, que é o tema desse artigo de hoje. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre esse carrinho, bem como algumas informações bastante pertinentes sobre o tema. Vamos lá?
A Variant II
A Variant, assim como a Kombi e o Fusca, foram os automóveis de base da presença da alemã no território brasileiro, até que o Passat chegasse por aqui, em 1974. O modelo era bastante diferente do Fusca, se assemelhando mais à Brasília. Embora sejam diferentes na estrutura, a plataforma e o motor usados para eles eram totalmente vindos do Fusca.
O carro começou a ser vendido por aqui no fim da década de 1960, e tinha a capacidade levar até 4 passageiros, atingindo a velocidade máxima de 135 quilômetros por hora. A VW tentava pender para o lado estético, exaltando a “beleza” do automóvel destacando as linhas presentes na carroceria, que poderia ajudar a identificar o charme do modelinho. No entanto, ele foi alvo de diversos tipos de zombarias, ganhando o apelido de Zé do Caixão, por causa dos formatos presentes nele, que poderiam ter sido feitos pelo cineasta que lhe concedeu esse apelido. Outros ainda diziam que o carro parecia uma saboneteira. Tal fama não ajudou em nada para que o modelo caísse nas graças do povo, tendo saído de linha em 1971.
Logo mais, em 1977, foi a vez da VW apostar mais uma vez na Variant, mas com uma repaginada para aproximá-lo da plataforma da Brasília: assim, surgiriam a Variant II. Vale destacar que esse novo modelo só foi delegado para o mercado brasileiro, sem ter escapado para o exterior. Seu tempo no mercado foi curto igual seu irmão mais velho: ficou por aqui apenas 3 anos, mas foi o suficiente para que a VW mostrasse ao público que ela não vivia somente da glória do Fusca, buscando inovar ainda mais em seus projetos. Por isso, ele foi reconhecido como o carro mais robusto e diferenciado do Fusca, coisa que a Brasília não conseguiu em sua época.
As suas dimensões eram praticamente as mesmas do modelo anterior, sendo que por conta do desenho dos vidros no modelo, a impressão que se dava é que o carro era bem maior e mais espaçoso do que de fato ele é. Embora tenha tido uma marca importante para o comércio de automóveis brasileiro, a Variant II, para evitar custos a mais, compartilhou uma série de itens com a Brasília, como as portas laterais, os faróis, para-choques, para-lamas, além de outros detalhes mais internos do automóvel.
Em comparação com o primeiro modelo, a Variant II era bem mais bonita que a sua antecessora, mas nem isso serviu para que os deboches contra o modelo da Variant parassem de acontecer. Teve quem chamasse o modelo novamente de saboneteira, bem como aqueles que foram além e chamaram o modelo de “sapatão” ou “variantão’, justamente por causa da aparência de ser maior do que realmente é.
Assim como a Brasília, a Variant II foi uma verdadeira companheira de trabalho e de lazer das pessoas, já que, com ela, era possível fazer diversas coisas: desde carregar itens de trabalho a até carregar diversas coisas para ir à praia, por exemplo. Não é incomum, também, a presença desses carros em feiras livres, nos quais os feirantes gostam do automóvel pela sua resistência em estradas de terra, e pela capacidade da porta mala, onde se pode carregar as ferramentas e a barraca desmontada. Não é comum, mas o modelo costuma ser requisitado entre colecionadores, principalmente, os que gostam de carros antigos.