Não é novidade para ninguém que os carros são os verdadeiros sonhos de consumo das pessoas, que visam deixar de depender do caótico transporte público, bem como enxergam nos modelos verdadeiros símbolos de status e de subida social, no qual muitas pessoas acreditam estar num patamar “acima” das outras por conta de possuir um modelo de carro.
E essa cultura é bastante forte no Brasil, no qual o carro é muito mais do que um símbolo de locomoção: é um símbolo de poder. E as montadoras, que não são bobas nem nada, sabem disso, investindo milhões em verbas publicitárias para expor seu produto e engajar o consumidor a compra-lo. No entanto, os preços praticados por aqui, muitas vezes, são além do que se espera, com carros populares custando preços exorbitantes e os mais potentes, ainda mais caros.
No entanto, uma outra cultura que impera junto com esta no Brasil é a do culto aos carros antigos, onde nas ruas, hoje, se podem encontrar diversos carros com mais de 30 anos de fabricação ao lado de modelos de último tipo. E esse fenômeno acontece justamente, pelos altos preços praticados por aqui.
E, no nosso artigo de hoje, iremos falar um pouco mais sobre um dos modelos mais consagrados na história do automobilismo brasileiro: O Fusca. Além disso, iremos dar algumas dicas de como fazer que a versão 1600 do besourinho possa economizar mais gasolina e manutenção no mecânico. Vamos lá?
A História Do Fusca
O Fusca pode ser considerado como um dos primeiros carros da era moderna, com evoluções bastante significativas se comparadas aos modelos automotores que foram lançados no final do século XIX. Isso porque ele já foi projetado retirando os erros e eliminando riscos que existiam com as gerações de automóveis passadas. Além disso o carrinho foi desenvolvido em uma época onde o mundo passava por uma séria instabilidade econômica e social, que era causado, em partes, por conta da Primeira Guerra Mundial, além do Crash da Bolsa de Valores de Nova York.
Muita gente não sabe, mas o ditador alemão Adolf Hitler, líder do partido Nazista que implantou uma série de medidas totalmente de opressão a pessoas que não seguiam a “raça ariana”, teve uma grande participação no desenvolvimento do carrinho, tendo partido dele, inclusive, a ideia da criação da Volkswagen. Naquela época, a Alemanha passava por uma séria recessão, e Hitler queria impulsionar, novamente, a economia. Com isso, a ideia de fabricação de um carro potente, barato, com qualidade na parte interna e externa que pudesse acomodar 4 pessoas (que era a formação comum de uma família) foi determinante para o desenvolvimento do Fusca, que começou a ser vendido no final dos anos 1930. No entanto, o interesse não era somente comercial, mas também militar: durante a Segunda Guerra, vários carros desenvolvidos a partir da plataforma do Fusca ajudaram as forças armadas da Alemanha durante os conflitos.
Depois de passada a Segunda Guerra, a morte de Hitler e outros entraves, a VW começou a crescer e a querer expandir o seu mercado de automóveis pelo mundo. E, o primeiro mercado consumidor pelo qual a marca decidiu desembarcar foi justamente no Brasil, nos anos 1950, quando começou a importar o Fusca, primeiramente, e depois, um outro sucesso da marca que durou até o ano de 2013: a Kombi. Com a aceitação do modelo no país, a VW começou a investir em fábricas, o que resultou na produção em massa do modelo, com a garantia, também, que a VW iria desenvolver outros veículos para poder massificar a sua presença no Brasil., mas, o carro chefe, por várias décadas, seria o Fusca.
E, por aqui, o modelo sofreu diversas reestilizações, com o passar do tempo, que focaram, principalmente, na aparência (mudando faróis e janelas), e também, na potência, oferecendo diversos motores com o objetivo de servir o consumidor, que passava a ficar cada vez mais exigente, bem como com a presença de outras concorrentes de peso (como a GM), que ameaçavam a montadora alemã.
E assim foi, até o ano de 1986, quando foi decidido que era hora de parar a fabricação do modelo no Brasil, tendo como justificativa um realinhamento da marca com princípios contemporâneos, bem como o desenvolvimento de modelos que teriam mais resposta do mercado às novidades. Coincidentemente, nessa época, estava sendo desenvolvido e lançado o carro que, hoje, pode ser considerado o carro chefe da VW: o Gol. Muitos dizem que o carrinho é o substituto oficial do Fusca, e a sua presença imponente nas ruas brasileiras é um significativo da influência do Fusca na vida dos apaixonados por carros.
No entanto, esse hiato na produção durou apenas 7 anos, quando, em 1993, depois de uma reunião entre os controladores da VW no Brasil e o então presidente da república Itamar Franco (MDB), foi decidido pela volta do modelo, com justificativas que pairam, exatamente, no aquecimento da economia ao oferecer um modelo que seria barato a todos. E essa produção durou somente até o ano de 1996, quando foi constatado que o modelo não atendeu à expectativa de ser um modelo barato e acessível a população, não justificando, por fim, a extensão de sua produção. E, assim, o último Fusca a ser fabricado em nível mundial foi em 2003, na Cidade do México, capital do México, onde a cerimônia de despedida contou, até mesmo, com música clássica. O modelo encontra-se em exposição no museu da montadora na Alemanha.
Como Deixar O Fusca 1600 Mais Econômico?
Não há uma receita tão específica para fazer com que os modelos de Fusca 1600 sejam mais econômicos. O que especialistas sugerem é que a verificação de condição dos bicos injetores, das velas, do óleo do motor e, principalmente, da qualidade do combustível utilizado sejam verificados com maior frequência, pois é natural que, com o passar do tempo, todo o conjunto estrutural e mecânico do carro passe por avarias, e, com isso, é necessária a manutenção constante.
Manter sempre o pneu calibrado também é uma ótima forma de economizar combustível, embora muitas pessoas nem saibam disso. Promove, também, uma maior segurança durante as manobras na estrada.