É verdade que os carros fazem parte da nossa vida, atualmente. Embora haja movimentos desencorajando o uso dos veículos, em prol de transportes mais “saudáveis” e menos poluentes, como a bicicleta, o fato é que a os carros ainda farão parte da cultura da humanidade por muitos e muitos tempos. E, ao que parece, essa sobrevida a esses carrinhos deve perdurar muito tempo ainda: com avanço das preocupações sobre os problemas que podem ser causados pelo uso dos combustíveis fósseis, as montadoras estão investindo na criação de carros elétricos, que funcionam com uma grande bateria no lugar do combustível, travando uma batalha apenas com a autonomia.
Podemos dizer que, a partir dos anos 70 e 80, o planeta viveu um grande boom no que se diz respeito à fabricação e compra de automóveis. Muita tecnologia envolvida para poder deixar os modelos mais atrativos, tanto pela beleza quanto, principalmente, pela segurança. Isso significou um avanço muito positivo para a indústria automobilística, que buscou, cada vez mais, aprimorar os seus veículos e, assim, fazer com que a qualidade e segurança atingisse picos nunca alcançados.
Se formos comparar os carros atuais com os que foram lançados há 10, 20 ou 30 anos atrás, podemos ter nítidas percepções de mudança, incluindo, nisso, as atualizações de segurança, tais como os relacionados ao uso de agir bag e de freios ABS, que viraram padrão nos carros novos do Brasil a partir do ano de 2014.
Embora os novos carros estejam embarcados com novas tecnologias, muitos são os admiradores e colecionadores que sempre estão em busca dos modelos mais raros e mais icônicos, levando em conta o seu estado de preservação. Dá pra imaginar os altos valores desembolsados, dependendo do modelo, pelos amantes do design clássico.
Melhor ainda, quando é descoberto uma fazenda cheia de relíquias que sequer foram usadas por muito tempo. É o que aconteceu em uma chácara que está localizada na cidade paulista de São José dos Campos. Quer saber mais sobre esse incrível achado? Então, conheça um pouco sobre essa história a seguir:
A Chácara e o Tesouro em seu Interior
Tudo começou em São José dos Campos, numa chácara que, aparentemente, estava sem moradores há muitos anos, desde a morte da proprietária, em 2008. Depois de suar morte, a família, que é abastada e uma das mais conhecidas da cidade, praticamente deixou de frequentar o local, o que conferiu à propriedade um ar de abandono. Com imóveis de respeito dentro do terreno, inclusive uma casa de hóspedes, a varanda ao entorno dessa construção carregava um tesouro incalculável: diversos carros, fabricados durante as décadas de 1970 e 1980, estavam todos colocados em frente do outro, cobertos por uma capa a fim de proteger a lataria contra os efeitos solares e do pó.
Só para você ter noção sobre a riqueza que estava escondida embaixo da capa e da poeira, podemos falar sobre os modelos da Ford, como o Corcel e o Del Rey, que preservam muitas características originais. Os modelos da Chevrolet também marcam presença na coleção da família, contando com modelos como o Chevette 1983 de cor branca. Mas é a Volks quem está mais presente na coleção: Variant, Brasília, Fusca e Gol GTX completam a lista, sendo que, todos esses carros rodaram muito, mas muito pouco. Para você ter uma ideia, a maioria dos carros ainda está com suas peças originais, incluindo o estepe, que nunca chegou a ser usado. Muitos sequer chegaram aos cinquenta mil quilômetros rodados. Como o próprio caçador de relíquias, o responsável pelo achado disse, não são modelos icônicos, como um Opala ou um Mustang, mas chama a atenção de colecionadores justamente pela conservação dos modelos. Logo depois da divulgação dessa descoberta, inúmeras pessoas de várias partes do país entraram em contato para saber mais sobre os modelos.
Por incrível que pareça, dois modelos, que são muito raros de estarem atualmente me circulação, também faziam parte da colação, como um Renault Gordini e um Jipe DKW Candango. O descobrir dessa relíquia foi Júlio Camargo, especialista em carros antigos para colecionadores. Ele disse que se sentiu muito feliz com a descoberta, pois se caracteriza como uma volta aos tempos antigos onde seus pais e avós possuíam carros desse estilo. Com certeza, uma grande viagem no tempo.
Depois de encontrar essas relíquias, Júlio foi atrás dos proprietários da fazenda e da chácara, propondo algum tipo de acordo pela venda dos carros. Conseguiu uma negociação e, agora, alguns dos modelos já foram listados para poderem ser vendidos. Os preços variam muito, mas, obviamente, que nenhum deles irá chegar a menos de vinte mil reais.
Felizmente, para a alegria dos colecionadores, a ocorrência de carros antigos conservados não se limita somente a essa fazenda. No Sul do Brasil, uma concessionária que fechou as portas em 2002 guarda relíquias que iriam deixar qualquer colecionador emocionado. Concessionária oficial da Volkswagen, a concessionária decidiu encerrar suas atividades há 16 anos. Mas, o seu proprietário, decidiu não se desfazer do prédio nem dos modelos que ainda restavam no seu interior. Com isso, decidiu fazer uma espécie de museu particular, com modelos que iam desde Fuscas, até Variants e Quantums. Os carros estão impecavelmente conservados, incluindo detalhes originais de fábrica, como as calotas e os pneus, por exemplo.
Além disso, os carros daquela época apresentava itens que seriam considerados bastante peculiares nos dias de hoje: estamos falando do Santana que, além de outros itens de série, contava com um isolante acústico sob o capô, para evitar que os ruídos dos motores atrapalhassem o som de aceleração do carro. Até aí, nada anormal, não é mesmo? Mas o negócio é que esse tipo de item era relegado somente aos modelos de luxo, sendo que é uma grata surpresa da VW colocar um isolante do tipo neste modelo de carro.
Perguntado sobre a possibilidade de vender o acervo, o dono da concessionária, que preferiu não se identificar, disse que não está aberto a negociação, preferindo continuar cuidando dos modelos e os deixando cada vez mais icônicos para as próximas gerações que estão por vir, e que terão oportunidade de apreciar a tecnologia de anos atrás.