Os carros sempre participaram do imaginário das pessoas, desde quando os primeiros automotores começaram a chegar às vias do planeta, durante o fim do século XIX. Pelas mãos do empresário Henry Ford, os primeiros modelos automotores começaram a circular nos EUA, e o fundador da Ford não lançou apenas um carro, mas todo um conceito industrial que, ainda hoje, é bastante pesquisado e estudado pela sua grande importância para o mundo industrial, seja ele automotivo ou não.
E, com a tacada certeira de Ford, outras montadoras começaram a surgir, e, assim, começar a construir uma concorrência e, por fim, termos a nossa indústria automobilística mundial, que, hoje, está mais forte do que nunca. E, algumas das principais montadoras do planeta são: a Ford, a Fiat, a Volkswagen, a Renault, a Citröen, entre outros. É válido mencionar que essas marcas reúnem várias outras menores, mas, geralmente, essas marcas “menores” são aquelas onde estão reunidos os carros mais luxuosos do planeta. A Ferrari, por exemplo, uma das maiores referências quando se fala em carro de luxo, é uma subsidiária da Fiat, sendo que, o número de carros fabricados por ela são poucos, justamente pelo seleto grupo consumidor a que os carros da marca são direcionados.
E, uma das marcas de carros esportivos mais conhecidos do público brasileiro é a Puma, com um icônico modelo, que com certeza foi o sonho de muita gente: o Puma GTE 1980. Conheça um pouco mais sobre a história desse possante, além de outras informações bastante interessantes sobre o modelo.
A Marca Puma E O Puma GTE 1980
A Puma Veículos e Motores é uma fabricante de carros genuinamente brasileira, que fora fundada nos anos 1960, sendo mais exato, no ano de 1967. Os seus automóveis eram equipados com mecânicas DKW (3 cilindros), Volkswagen e General Motors.
Inicialmente, a Puma foi criada para desenvolver automóveis que pudessem concorrer nas pistas automobilísticas, com a criação de materiais leves e resistentes para compor as peças e latarias dos seus carros. Em 1964, por exemplo, o protótipo que foi criado por Rino Malzoni, inteiramente em metal, foi vencedor de cinco eventos, tendo sido a sua estreia nas pistas acontecidas na pista de Interlagos, uma das mais conhecidas no mundo, por conta de sua participação anual da Fórmula 1 no Grande Prêmio do Brasil. O protótipo, tendo a sua carroceria feita com fibra de vidro, foi tão bem aceita na época que começou a levar o nome de seu idealizador, ou seja, Malzoni. Esse conceito, juntamente com a junção da plataforma de um carro de passeio e com a modificação do motor e da suspensão foi o que culminou na criação dos esportivos para venda.
Mas não foi somente no conceito de carro esportivo que a Puma ficou conhecida. A pesquisa desenvolvida na área para buscar os melhores e mais leves materiais foi de grande uso também para a indústria de caminhões pesados, sendo que a própria marca também já tinha em seu histórico vários modelos de caminhões lançados.
Atualmente, não é difícil encontrar no mercado peças de reposição para veículos da Puma; lembrando que a primeira geração da companhia ficou na ativa entre nos anos de 1960 e 1990; produzindo vários modelos, como o GTE e os caminhões. Além disso, a combinação perfeita entre a carroceira de fibra de vidro, suspensão e motores, acabam por fazer os carros da Puma manterem a esportividade e o charme de outrora. Os carros da marca chegaram a ser vendidos em outros lugares, como a África do Sul, onde o modelo ainda é um dos mais famosos no País. Quando encerram suas atividades, a Puma ainda tinha diversas carrocerias para serem utilizadas, sendo que estas acabaram sendo vendidas para que pudessem servir como peça de reposição. No entanto, muitas dessas carrocerias acabaram sendo adaptadas para serem colocadas em plataformas de fuscas, com as devidas adaptações (veículos desse tipo podem ser encontrados no Brasil e na África do Sul).
A Puma encerrou suas atividades oficialmente em 1994, depois de 34 anos de estrada. Com isso, foi interrompida a produção de veículos e caminhões. No entanto, em 2013, 19 anos após o fechamento da empresa, a união de dois empresários saudosistas que admiravam toda a obra da empresa decide trazê-la à tona novamente, e, a partir desse ano, a Puma Automóveis volta à ativa, especializada em carros esportivos para corrida, que foi a sua marca registrada.
O Puma GTE 1980
Um grande sucesso da marca, o Puma GTE 1980 nada mais é do que um automóvel esportivo, que utilizou das mais inovadoras tecnologias da época, como a fibra de vidro em sua carroceira, e que foi montado pela Puma durante os anos de 1970 e 1980. É válido destacar que o GTE é um herdeiro direto do Puma GT, e que se consagrou como o carro mais fabricado da marca, beirando as 8 mil unidades. E, além dessa fama, o veículo foi um dos mais exportados pela companhia, sendo que ele se fez presente em, praticamente, todos os continentes do planeta.
Inicialmente, a plataforma utilizada para a construção do GTE era a mesma que era acoplada ao modelo superesportivo Karmann Ghia, da Volkswagen. Com o passar dos anos, o modelo foi ganhando outras melhorias, mudando, inclusive, de plataforma, passando a adotar a plataforma do Volkswagen Brasília. Nesse meio tempo, algumas alterações foram feitas no projeto, tais como um maior acesso ao motor para poder facilitar os processos de manutenção, novo painel, redução no comprimento dos vidros, entre muitas outras alterações que criaram aspectos únicos no veículo.
Uma novidade que hoje é uma regra em todos os carros é o cinto de três pontos, mas, que, na época, ainda era um “luxo” relegado a poucos carros, e o GTE tinha privilégios nesse ponto. O GTE conseguiu entrar para o hall dos carros esportivos mais desejados da década de 1970 e 1980 e, mesmo com a interrupção de sua fabricação, continuou como sendo um dos modelos esportivos mais procurados. No ano de 1980, ele passou a ter uma nova denominação: GTI. A partir daí, o modelo passou por uma reestilização tanto no seu design quanto na estrutura mecânica, sendo considerado um dos últimos suspiros da primeira fase da Puma.
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