É inegável o fato de que os automóveis, realmente, vieram para poder fazer uma revolução nos transportes humanos. Isso é dito porque, depois que os veículos passaram a fazer parte do cotidiano da população, muito dificilmente ele passou a ser visto como um vilão, mas sim, como um aliado.
É válido dizer que os automóveis, como conhecemos hoje, só foram possíveis quando, na antiguidade, os nossos ancestrais sofriam para poder carregar coisas pesadas de um lado para outro. Nisso, surgiu uma ideia que revolucionou o modo como eles carregavam coisas de um lado para outro: a roda. Um objeto roliço que, quando colocado sob alguma superfície, rolava, indicando uma clara possibilidade de colocar aquilo para uso no cotidiano. Inclusive, alguns pesquisadores e historiadores acreditam que foi isso que fez com que as grandes Pirâmides do Egito, um dos maiores símbolos da humanidade, fossem construídas. Isso porque, cada bloco que compõe a pirâmide tem um peso na casa das toneladas, sendo impossível que seres humanos tenham conseguido, simplesmente, empurrado esses blocos até os locais.
Depois de um tempo, as rodas passaram a ser mais articuladas, mas ainda fabricadas utilizando a madeira, que foi a matéria prima mais utilizada nesse sentido. Depois, surgiram as primeiras carroças, que eram espécies de veículos construídos em madeira com tração animal. Nesse sentido, a carroça tinha como objetivo principal carregar objetos de um lugar para outro, até que foi modificado para poder carregar pessoas e outros animais. Com o passar do tempo, o veículo foi sendo refinado, até que as charretes apareceram: veículos de tração animal que, diferente da carroça, possuem quatro rodas e tem um conforto maior que as carroças. É de se imaginar que, naquela época, as charretes eram delegadas somente às pessoas mais abastadas.
Brasília 1982 Vermelha Muito Conservada
O Carro
Com o tempo, com a invenção de motores potentes, e o desenvolvimento do motor à combustão, é que o sonho de criar um veículo que não dependesse da tração animal começou a ganhar forma. No fim do século XIX, um engenheiro visionário, chamado Henry Ford, decidiu que era hora de fazer com que os veículo fosse acessível a maioria das pessoas. Com isso, desenvolveu um dos modelos de automóvel mais icônicos de todo o planeta: o Ford T. Isso mesmo. O modelo, com mais de cinco mil peças, saia pelo preço de 900 dólares, algo que era considerado acessível naquela época.
Tal preço só foi possível porque Henry Ford não desenvolveu somente o veículo, mas sim, um grande sistema industrial que é aplicado até hoje: a linha de produção. Essa linha foi responsável por diminuir o tempo de produção de um carro, que era estimado em mais de doze horas, para, acredite, quarenta segundos!! Ou seja, a cada quase um minuto, um carro com mais de cinco mil peças saía montado da linha de produção.
A Concorrência
Com esse mercado se aquecendo mais e mais, outras montadoras sentiram a necessidade de entrar no mercado, sendo mais uma opção frente ao monopólio de Ford. O que parecia improvável, deu certo: isso porque, com a inclusão de novas marcas, a Ford se viu obrigada a mudar seu portfólio, que tinha estacionado sobre o Ford T há mais de 20 anos.
A GM foi a primeira montadora a incomodar a gigante norte-americana. Logo depois, na Alemanha comandada por Hitler, a Volkswagen era criada, por conta da intenção do ditador em fazer a economia do país reaquecer. Enxergou na indústria automobilística uma possibilidade de isso acontecer. Logo depois de fundar a Volks, Hitler encomendou com a empresa um carro que fosse de fácil manutenção, com qualidade inigualável e que pudesse comportar até 4 pessoas em seu interior, já que essa era uma formação comum de uma família alemã. Com isso, o primeiro carro da Volkswagen saía da linha de produção: o Fusca. Foi um dos carros de maior fama do mundo, inclusive do Brasil. Ele foi responsável, inclusive, pela expansão da fábrica no país: o nosso território foi o escolhido pela VW para que ela pudesse implantar a primeira sede dela fora da Alemanha.
A chegada da Volks se deu por volta da década de 1950, com o início de suas operações fabris nos anos 60. Nessa época, a sua comercialização no Brasil era de, basicamente, dos fuscas e das kombis. Foi com a sua naturalização no mercado brasileiro é que a rede começou a pensar em outras formas de conquistar novos clientes. Com isso, ela pensou em outros modelos que pudessem se espelhar no fusca, mas que não lembrassem diretamente dele. E, assim, nasceu um dos seus carros mais icônicos no país: a Brasília.
Interior da Brasília 1982
A VW Brasília
A VW Brasília chegou numa época onde a crise do petróleo, nos anos 1970. Causou uma grande preocupação no mercado. Mesmo assim, a VW não recuou e lançou o seu projeto. O carro, para a época, era considerado muito além do que os olhos permitiam ver: seus maiores charmes eram as janelas arredondadas, principalmente na traseira, o que conferia ao carro uma elegância sem precedentes.
Quando se fala em estrutura, não se pode exigir muito, pois, com a política econômica da Volks, que é a de reaproveitar tudo o que puder, muitas partes da Brasília foram pegos de outros carros, como, por exemplo, a sua plataforma, que foi inspirada na do Fusca, as portas, que serviram tanto na Brasília quanto no Variant, que foi um outro modelo da Volks, entre muitas outras coisas.
A Brasília E Seus Irmãos
Um dos maiores diferenciais da Brasília se comparados com os outros modelos da marca, é o seu espaço interno, que permitiu com que o carro fosse classificado como uma mini van (ou, até mesmo, no vocabulário mais popular, “perua”). Muitos pais, principalmente os que tinham uma grande família, deram preferência para esse tipo de carro, pois poderiam acomodar a sua família e, ainda, tinha um grande espaço interno no porta-malas.
O carro foi lançado em 1973 e foi produzido até 1982, porém não foi atualizado do ano de 1980 até o fim da sua produção. Saiu de cena como sendo um dos principais carros brasileiros da década de 1970 e 1980. Para conferir a sua ficha técnica, acesse esse link!
Brasília Amarela 1982
