No auge da efervecência do orgulho russo, os líderes deste país assinaram um acordo em 1966 em que, em troca de aço para a fabricação de seus modelos na Itália, a FIAT construiria junto ao governo russo um carro de cunho popular, como o Volkswagen. O governo projetou e executou a construção da fábrica às margens do Rio Volga, criou uma usina hidrelétrica que varreu uma cidade inteira do mapa. A nova cidade erguida em volta da fábrica chamava-se Togliatti, em homenagem a um famoso líder italiano do comunismo.
Primeiros Passos
Dessa cooperação entre italianos e russos, surgiram de 1972 até 1976 os modelos 1200, 1300 e 1500 todos derivados do modelo Fiat 124, que foram fundamentais para que o cidadão russo pudesse enfim Ter acesso a funcionalidade de um automóvel. No entanto, devido ao rigoroso frio imposto pelo inverno e pela má qualidade das estradas russas, era nítido que os modelos desenvolvidos até então eram muito fracos para tais condições extremas.
Surge a Lenda: Niva
Esse foi o primeiro projeto que a LADA resolveu desenvolver sem utilizar o desenho de chassis de um modelo da FIAT. Embora nessa época a FIAT tivesse o seu modelo os russos decidiram ir pelas suas próprias convicções e o que se apresentou foi o modelo mais identificável da história do automóvel na Rússia. Olha que o sucesso do Niva não foi por falta de concorrência: já existiam dois modelos de jipes fabricados na Rússia e eram de bem antes: um era o LUMZ-969A produzido no país desde 1969 e que tinha apenas um problema: o motor fraco de 39 cavalos. O outro, mais utilizado era o UAZ-469, mais robusto com o motor de 75 cavalos.
Os Primeiros Modelos
foram concebidos sob o motor 1300 da FIAT (os mesmo que equiparam aqui o 147!) e apesar de reunir a competência e agressividades de um jipe, mantinha as linhas de um monobloco esportivo utilitário, o que lhe valeu a alcunha de “Range Rover Russo”, apesar de não Ter nada do luxo e conforto de seus principais “colegas de classe”. Em território Russo era chamado de AutoVaz 2121, o seu nome de mercado para fora de casa tinha a ver com campo, onde a LADA previa que seria o maior fluxo de vendas de seu veículo pelo mundo. Outro coringa do carrão: apesar de não Ter um desempenho muito veloz, chegava a um máximo de 130 km/h, o grande atrativo do Niva era de que fazia 12 quilômetros por litro o que é simplesmente respeitável para um carro que era capaz de rebocar quase uma tonelada. Mesmo desgastado por trinta anos de estrada, o Niva prossegue no catálogo da montadora russa, com fôlego reduzido, mas só de pensar em tudo o que o Niva proporcionou em todos estes anos, podemos dizer que é o carro mais memorável de toda a história da indústria russa.