Vamos analisar hoje um dos modelos de sedans que chegaram aqui no Brasil e que estão numa faixa de mercado mais luxuoso, que abrange hoje o Ford Fusion, VW Jetta, Honda Civic e Toyota Corolla.
Pontos positivos
Podemos dizer que um dos pontos mais altos do Nissan Sentra é a falta de ruído. Definitivamente, os ruídos desagradáveis são itens que foram abominados no modelo. Seja através de uma passagem mais rápida sob um buraco, seja através de uma batida de porta, parece que o sedan da Nissan fez um pacto com o vento para que os barulhos sejam abafados.
O carro é tão bem montado em sua carroceria que os buracos são percebidos, mas não sentidos, resultado de uma boa estrutura de eixos, que rolam significantemente o bastante para que estes sacolejos e impactos não afetem negativamente a experiência dentro da cabine do Sentra.
Devido a esses atributos, vem ganhando conceito entre as revistas especializadas e fazendo cabeças de consumidores por todo o mundo, num dos nichos de mercado em que a Nissan não possue uma tradição, sequer nome forte.
Críticas
Talvez o maior pecado do Sentra seja o erro de estar rivalizando em preço com uma faixa de mercado em que os opcionais que a Nissan oferece em relação aos seus concorrentes são praticamente nulos.
Enquanto que no Jetta, no Fusion, no Civic e no Corolla encontramos o que não há no bom modelo da Nissan. O Sentra não apresenta travamento automático de suas portas, não possue sensor de chuva, não tem freio à disco nas quatro rodas nem o ar condicionado digital.
Mercado
Em resposta, a Nissan adota o discurso de que o objetivo dela não é bater de frente com os modelos de Ford, Volkswagem, Honda e Toyota, e sim, estabelecer um pequena faixa de mercado que atenda um mercado específico e que dele se possa tirar a maior parte dos proventos que o modelo se propôs a fazer.
Curiosamente, foi dessa maneira que a Nissan saiu da eminente falência quando a Renault a comprou, tendo prejuízos da ordem de 6,5 bilhões de dólares, para um lucro de 4,5 bilhões depois de cinco anos passados da crise.
Em contrapartida, podemos dizer que Nissan está certa em ter cautela no novo segmento que está tentando entrar, por razões óbvias, já é olhada com desconfiança por estar lançando um modelo num espaço do mercado onde não tem atuação, outra porque realmente precisa atingir um determinado alvo de pessoas que gostam do segmento e que precisam ou pedem soluções alternativas ao que há no mercado, e isso o Sentra faz bem e por último para que, com os erros cometidos durante esta geração de sedans sejam corrigidos para que a próxima venha em condições de brigar aí sim de frente com as gigantes que dominam o mercado.