Ter um automóvel é o suprassumo de um brasileiro. Isso porque a aquisição de um automóvel pode indicar que tal pessoa “venceu na vida” e, assim, poder ter um certo “status” perante os outros. No entanto, o maior alívio para quem adquire seu carrinho é, justamente, não ter mais de depender de transporte público, que nós sabemos que, no Brasil, é um dos calos nos desenvolvimentos das cidades: paga-se valores exorbitantes por um serviço que é mal prestado à população, o que só faz aumentar a revolta e a vontade de protestar contra esses problemas.
O brasileiro, como pode-se ver, adora automóveis. Mas, como se pode observar, um fenômeno bastante intrigante toma conta das ruas brasileiras: a presença, em simultâneo, de carros antigos e carros novos. Isso se dá por conta da cultura brasileira de comprar carros mais antigos, por conta das baixas taxas a se pagar, tais como IPVA, DPVAT, Licenciamento, além, é claro, dos preços baixos para se manter o automóvel.
Um dos exemplos mais clássicos de automóveis antigos que povoam as ruas e estradas brasileiras é, justamente, o modelo mais conhecido da alemã Volkswagen: o Fusca. Mas, ele não é o único: pode entrar Chevette, um dos modelos mais icônicos da Chevrolet. Juntos, eles tomam uma grande parcela das ruas e estradas, por conta de sua eficiência, facilidade em achar peças e, também, por conta dos custos baixos com manutenção.
O nosso artigo irá mostrar a você um pouco mais sobre cada um desses dois modelos, bem como uma adaptação feita usando o alternador de um Chevette para equipar o fusca. Confira:
O Fusca e o Chevette: Os Revolucionários Do Seu Tempo
Não dá para negar que o Fusca quebrou diversos paradigmas quando foi lançado: ele veio com a intenção de fazer girar, novamente, a economia alemã, que se encontrava em uma grande recessão por várias crises econômicas causadas por guerras. O grande mentor do Fusca, e da Volkswagen, é o ditador Adolf Hitler, que governou a Alemanha pelo Partido Nazista entre os anos de 1930 a 1945, quando a Segunda Guerra acabou e o ditador, sem ter para onde correr, acabou se matando juntamente com sua esposa, Eva Braun.
Na época, o desejo de Hitler era, justamente, fazer um modelo que pudesse atender aos anseios dos alemães, enquanto pudesse fazer a economia se aquecer novamente. Os pedidos de Hitler ao projeto do automóvel era de que ele fosse forte, econômico e pudesse comportar quatro pessoas, que era o tamanho de uma família alemã da época. Disso, surgiu o protótipo de um carro, que tinha o formato de um besouro. E, assim, o “Fuca” foi lançado, sendo levado a vários países do mundo, inclusive no Brasil, que passou a ser chamado por “Fusca”, pois julgavam que a sonoridade ficaria melhor com a inclusão da letra “s” no nome.
Chegou ao Brasil no ano de 1950 e, por aqui, fez um tremendo sucesso. Foi comercializado em várias versões, cada uma com uma peculiaridade que fazia a sua compra justificável. E assim foi, ate o ano de 1986, quando o Fusca saiu de linda para dar lugar à produção de um outro modelo que, rapidamente, ia ganhar o gosto do brasileiro: o VW Gol. Esse hiato na produção do Fusca durou até o ano de 1993, quando o então presidente Itamar Franco, que assumiu a cadeira presidencial em dezembro de 1992 depois do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, se reuniu com os superiores da Volkswagen no Brasil para pedir o retorno da produção do “besouro”, alegando que ele seria uma boa alternativa para fazer com que o Brasil saísse da recessão que se encontrava. E assim foi: em 1993, a VW anunciou o relançamento do modelo, com a promessa de que ele seria mais barato que os outros modelos fabricados. Ficou conhecido pela alcunha “Fusca do Itamar”. Mas, no entanto, os resultados não foram como o esperado, por conta da flutuação do dólar, o que acabou que a produção do carro saísse mais cara que o previsto, sendo que esse aumento de preço era entregue ao consumidor. Acabou que o Fusca saiu de linha no ano de 1996.
O Chevette, fabricado pela GM/Chevrolet, foi lançado no Brasil no ano de 1973, com o propósito de ser um bom carro e com um preço justo. Durante toda a sua história, teve várias versões à disposição dos compradores, como 1.0, 1.6 e assim por diante. O modelo também foi revolucionário ao oferecer, para o consumidor, um motor que aceitava tanto o uso da gasolina quanto o uso do álcool, ou seja, um motor flex que, na época, parecia uma invenção de outro mundo e hoje é bastante utilizada em todo o planeta. Foi um dos carros que, também, permaneceu por bastante tempo em produção, algo em torno de 20 anos. Em 1983, ano que se completou o seu décimo de produção, foi constatado que o Chevette foi o mais vendido naquele ano, sendo que ele nunca mais repetiu essa façanha em nenhum outro ano.
Mas a produção do modelo da Chevrolet não ficou restrita somente ao Brasil: em 1975, o modelo deu às caras na terra do Tio Sam, vendendo por lá, em seu primeiro ano, mais de 250 mil unidades. Ele foi fabricado até o ano de 1987, quando sua produção estadunidense foi encerrada. Estima-se que, durante esses 12 anos de produção, tenham sido comercializados mais de dois milhões e quinhentas mil unidades do veículo.
O sedan lançado no Brasil, inicialmente, tinha duas portas, que é o seu normal, mas, anos depois, veio a apresentar modelos com 4 portas, o que conquistou ainda mais fãs. Até hoje, o modelo é bem recomendado entre as pessoas, por ter força, ser barato e, ao mesmo tempo econômico, bem diferente do seu irmão, o Opala, que, apesar de bonito, confortável e forte, é um dos carros mais “beberrões” que já existiram no mercado automobilístico.
No vídeo a seguir, será mostrado um fusca em funcionamento utilizando o alternador de Chevette, para mostrar como certas adaptações dão certo, como uma forma de burlar a falta de peças no mercado. Confira: