Para quem vivia nas estradas, as décadas de 1970 e 1980 eram marcadas pela presença de um caminhão que marcou toda uma geração: a icônica Scania 111. Também apelidada carinhosamente de Scania “Jacaré”, ela era um utilitário caro e pesado, mas muito desejado.
Aliás, o modelo 111, em comparação a demais concorrentes, era popular pelo baixo nível de ruído interno, dirigibilidade fácil e um painel que tinha ótima ergonomia e botões de fácil acesso. Sem falar que ainda era reconhecida de longe, pelas cor laranja da cabine. Para saber mais a Scania 111, acompanhe nosso artigo a seguir.
A Chegada do Modelo ao Brasil
No ano de 1948, as primeiras unidades da Scania 111 chegaram ao Brasil por meio de importação. No entanto, foi em 1951 que a empresa Vemag assume as operações da marca no Brasil. Assim, em julho de 1957 é produzida a primeira unidade nacional, o modelo L75.
Na ficha técnica, ele tinha como configurações cavalo mecânico, chassi rígido e um câmbio manual de cinco marchas. Claro que seu motor era da Scania, com seis cilindros 12 válvulas, comando acionado por varetas e blocos e cabeçotes de ferro. Além do mais, ele era dotado de bomba injetora.
Em relação à sua suspensão, os modelos costumavam apresentar eixo rígido e feixe de molas nos eixos e freios a ar e a tambor. Por fim, o clássico tinha uma direção mecânica e um tanque com capacidade para cerca de 140 litros. Enfim, confira abaixo quando que os principais modelos da marca chegaram ao Brasil.
L75
Este modelo chegou ao Brasil numa época em que as estradas eram dominadas pelo célebre FNM. Popularmente chamado de “Fenemê”, esse Scania tinha destaque pela bomba injetora, embora e motor era importado da Suécia. Aliás, apenas em 1959 ele passou a contar com motor nacional, com produção da Vemag. Isso até 1962, quando a Scania passou a fabricar caminhões na unidade própria situada na cidade paulista de São Bernardo do Campo.
O L76
Sua chegada ocorreu em 1964, apresentando motor Scania D11, com 12 válvulas, seis cilindros e 217cv. Aliás, seu câmbio podia duplicar as marchas, sendo cinco altas e cinco reduzidas. De qualquer forma, o modelo podia ser vendido com cavalo mecânico e chassi rígido, mas tinha dois tanques de 180 litros cada.
LS 6×2
Com chassi rígido e cavalo mecânico, esse modelo LT chegou ao mercado em 1965. Além do mais, esses modelos tinham reboques que precisaram ser redimensionados, ganhando o apelido de carreta padrão LS. Enfim, ele seguiu sem alterações até 1967, quando fora apresentando o primeiro caminhão turbo nacional.
Vale recordar que nesta época o apelido Jacaré ganhou força. Isso porque o Scania 111 tinha uma frente de bico largo e fino. Assim, ao ser aberto ele remetia mesmo à boca de um Jacaré.
De qualquer forma, com os motores turbo em voga o modelo era chamado de S, dando origem a linhas em referência ao Scania Super.
Aqui, o modelo tinha motor Scania com turbo, seis cilindros e geravam incríveis 290 cv. Ou seja, além das carretas de três eixos, era o caminhão nacional mais potente da época. Aliás, isso era raro na época.
L/LS/LT
Chegou ao mercado em 1969. Para isso, ganharam freios de duplo circuito e de estacionamento. Nesta época, a marca inaugura ainda outra nomenclatura para seus caminhões. Afinal, os motores eram mantidos como turbo e aspirado, embora tanque e câmbio mudavam a capacidade.
Scania 111 Série T
Surgiu em 1981 e dividiu estrada com a chamada Série T 112. Contudo, marcou presença por confirmar a robustez mecânica do Scania 111. Aliás, esse saudoso Jacaré marcou presença no país por apresentar três variações de motores:
10 litros aspirado;
11 litros aspirado;
Turbo;
Ou seja, ele acabou ditando padrão para demais carretas e foi o primeiro a rebocar carreta de três eixos. Enfim, após 25 anos de reinado no mercado nacional, ele saiu de cena. Entretanto, seu motor aspirado passou a sair no modelo seguinte e o motor turbo, ficou como atualização para o 114.
A Transição Para Scania 111
Conforme você viu, a geração Scania 111 teve seu auge no ano de 1976. Além do mais, nesse ano teve início o fim do modelo FNM (FeNeMê). Ou seja, para a nova geração de condutores da estrada, esses novos caminhões suecos e suas atualizações contribuíram para o fim dos pesados FNM. Isso ocorreu mesmo com seu emprego no transporte de mercadorias entre indústrias de Cubatão e o porto de Santos.
Afinal, esse modelo era mais atrativo até 1980. Enfim, apesar de menos utilizado, o Scania 111 já mostrava a que vinha. Afinal, apesar de seu alto custo, ele era robusto e prático em viagens mais longas de transporte rodoviário, seja de contêineres ou de combustível.
Ficha Técnica da Scania 111
O valor, após atualização aproximada, é uma estimativa de quanto seria o valor do carro na concessionária hoje, zero Km. Não conta com parâmetros reais do mercado atualmente. Enfim, por ser um clássico na história dos clássicos do Brasil, seu valor atualizado aproximado de R$ 494.729,00, confira a seguir algumas características e a ficha técnica da Scania 111.
Acabamento Externo
Scania 111
- Setas dianteiras acima dos para-lamas
- Faróis redondos embutidos, com moldura cromada e lentes boleadas;
- Para-choques feitos em aço carbono;
- Sem faróis de neblina;
- Retrovisores externos;
- Sem teto solar;
- Luzes de longo alcance nos para-choques dianteiros;
- Largo painel branco, feito aço carbono e, na horizontal, conta com lâminas;
- Rodas de aço tradicionais da marca;
- Sem frisos;
- Grade de ar do motor;
- Sem limpador do vidro traseiro;
- Logo na tampa do motor;
- Maçanetas cromadas;
- Sem bagageiro;
- Lanternas traseiras.
Instrumentos e Acabamento Interno
- Conta-giros;
- Painel circular com mostradores;
- Volante de plástico e dois raios;
- Sem ar-condicionado;
- Acabamento do painel feito em vinil e aço;
- Ventilador;
- Sistema de som;
- Ar-quente;
- Sem relógio;
- Sem luz de leitura;
- Cinzeiro;
- Sem desembaçador elétrico no vidro traseiro;
- Travamento mecânico nas portas;
- Acabamento das portas em courvin;
- Acionamento manual dos vidros;
- Acendedor de cigarros;
- Acabamento nos bancos em courvin;
- Ajuste manual em retrovisores externos;
- Sem banco traseiro;
- Sem encosto da cabeça;
- Assoalho emborrachado.
