Nem tão velozes, porém muito mais furiosos. Estas palavras resumem perfeitamente o quadro atual vivenciado pela indústria automobilística norte-americana. Como é do conhecimento de todas as pessoas interessadas no quadro político mundial contemporâneo, a crise financeira que assola todas as regiões do planeta acabou se concentrando de maneira significativa no mercado automobilístico mundial, causando uma forte queda nos índices de lucros proporcionados pela venda de veículos diversos, como carros, motos, ônibus e caminhões. Ao longo deste ano de 2009 as quedas foram cada vez mais crescentes e acentuadas no setor automobilístico, o que obrigou as montadoras a reverem boa parte de seus contratos anteriormente firmados, gerando, desta forma, uma insegurança visivelmente caótica no ramos dos negócios das indústrias produtoras de veículos.
Mas o problema maior não figurou apenas nos corredores das montadoras de veículos, na medida em que esta forte insegurança acabou por ser transmitida aos demais setores industriais, os quais ligados diretamente ou de uma forma indireta ao setor automobilístico. Para tratar o assunto de um modo mais específico, vale ressaltar que diversos outros ramos industriais como o setor da metalurgia e confecção de peças para carros acabaram afetados com a crise concentrada no setor da produção veicular, o que deixou o mercado muito mais nervoso e nem tão veloz, uma vez que inúmeros contratos e investimentos acabaram sendo cancelados. Isto causou uma grande queda no número de encomendas de carros, seja do Fusca Monster ou de modelos novos como Audi A6 ou Fiat Linea,e acabou propiciando as demissões em massas e outros grandes cortes de gastos por parte das empresas metalúrgicas e fabricantes de peças veiculares, como pelas indústrias montadoras de automóveis.
A reação pessimista por conta desses cortes causou um forte impacto negativo nos números apresentados pelo mercado de investimentos, desacelerando o crescimento da economia de vários países e regiões. Para entender melhor como funciona o sistema financeiro fomentado pelo setor automobilístico, é necessário que se entenda a dependência que um setor acaba causando a outros. Assim, o efeito gerado pode ser explicado como o tão conhecido efeito cascata, ou seja, os índices apresentados por um setor quase sempre influenciarão nos números fomentados pelos demais. Logo, se uma bolsa de valores acaba apresentando uma relação muito mais nervosa com quedas tão velozes, as outras acabarão acompanhando este certo pessimismo nas negociações das ações e despencarão em seus pontos.
Mas em meio a este forte crise mundial, a boa notícia fica por conta das medidas já adotadas pelas indústrias automobilísticas, as quais prometem uma reação gradativa com o passar dos meses, através do lançamento de novos modelos de carros e realizações de várias promoções como estratégia de marketing para atrair os consumidores que atualmente não estão nem tão velozes, porém muito mais furiosos com as inseguranças apresentadas pelo mercado investidor no setor de carros, motos e outros veículos. A medida de isenção do IPI no Brasil deu resultado, o mês de junho bateu recorde de venda de carros. E ainda podemos ver a recuperação de algumas montadoras, como a expansão da Fiat em época de crise.