O carro Santana fez parte do portfólio da Volkswagen em vários países e o que muitos não sabem é que ele é uma versão do Volkswagen Passat da Alemanha. A sua produção se deu em países como Alemanha, África do Sul, Japão, Espanha, Brasil, México entre outros. No ano de 1989 foi eleito como sendo o Carro do Ano pela Revista Autoesporte e no ano de 1991 foi o Eleito do Ano pela Revista Quatro Rodas.
A História do Santana
O modelo Santana é uma variação dos modelos da segunda geração do Passat que era produzido na Alemanha. Um veículo que tinha o mesmo projeto da linha VW/ Audi, aliás, a sua plataforma era a mesma usada pela segunda geração do Audi 80 que foi fabricado no ano de 1979. Foram realizadas algumas alterações bem sutis no modelo e também na tecnologia que era utilizada.
Os carros utilizavam o esquema de molas “francês” que tem como base contar com diversos elos o que traziam mais conforto. Contudo, o conforto acabava deixando um pouco a desejar em termos de dinamismo. Em comparação com o principal concorrente da época, o Chevrolet Monza, tinha grande estabilidade e se mostrava mais agradável. Na dianteira o Santana usa a suspensão do tipo McPherson e a traseira era a mesma do modelo Golf/Polo.
Situações Extremas
Uma grande qualidade da suspensão traseira do Santana era o fato de que em condições extremas a suspensão podia ser pouco ou nada detectada. Eram usadas buchas do tipo inteligentes e a deformação era calculada de maneira que não houvesse problema com a roda externa.
Santana no Brasil
O grande concorrente do Santana era o Chevrolet Monza que foi concebido como uma versão do Opel Ascona da Alemanha. Uma coisa interessante de observar é que no Brasil foi o carro da GM que fez mais sucesso e nem pelo fato de ser melhor, mas sim pela imagem da sua montadora como uma empresa que trabalhava com carros de luxo.
A imagem do Santana foi construída sob a base do sucesso que o Passat havia obtido no mercado brasileiro. O Santana chegou ao mercado com o objetivo de trazer tudo o que era interessante na mecânica Audi/VW que era refrigerada a água. A mesma coisa acontecia na Alemanha em que o Santana era visto como sendo uma evolução do Passat.
De certa maneira ele guardava alguns dos bons atributos do Passat como durabilidade, qualidade e confiança. Porém, é necessário destacar que o padrão do acabamento assim como o nível dos equipamentos que compunham o Santana não tinham a mesma qualidade que os concorrentes diretos.
Santana X Monza
Durante a década de 1980 houve um grande embate entre o Monza e o Santana. Com o objetivo de vencer o seu principal adversário, o Santana ganhou as versões CS, CG e CD com um acabamento cada vez melhor. Além disso, o carro se tornou mais completo tendo aparelho toca-fitas, bancos diferenciados, rodas de liga-leve e ainda vidros e travas elétricas.
Alterações Mecânicas
Mesmo que não tenham sido alterações mecânicas muito significativas há que se destacar que elas existiram até o ano de 1987. Dentre essas mudanças podemos citar a alteração no câmbio que era curto para oferecer um melhor desempenho e ainda a escolha de motores AP que ajudaram a alavancar as vendas.
Mudanças de Estilo
O ano de 1987 também marcou algumas mudanças na linha uma vez que os parachoques se tornaram integrais e iguais aqueles que eram usados no Passat da linha alemã desde o ano de 1985. Para que essas versões fossem reconhecidas como novidades passaram a receber novos nomes como C, CL, GL e GLS.
A versão C foi na verdade uma estratégia da VW para conseguir paga menos impostos e ainda vender o modelo CL sem itens opcionais. O modelo GL era equivalente ao modelo CG que era mais antigo. Uma diferença é que o modelo GL contava com um visual um pouco mais esportivo. O modelo era vendido somente na versão com motor a álcool nos primeiros anos no mercado.
Curiosidade – O Santana até 1995 ainda tinha alguns modelos com carburador, para que houvesse a diferenciação dos que tinham injeção eletrônica foi adotada uma letra “i”.
Comparação do Santana Brasileiro e do Santana Alemão
Observando somente a aparência os dois modelos de Santana são quase iguais, porém, possuem diferenças no seu acabamento tanto interno quanto externo. A grande diferença entre os dois modelos estava na opção com duas portas que não existia em outros países além do Brasil, pois foi criado para atender uma necessidade do mercado nacional.
No mercado brasileiro existia certa restrição com os modelos de 4 portas que durou até o fim dos anos 1980. O modelo com duas portas foi fabricado entre os anos de 1984 e 1995. Houve duas versões exclusivas que eram o Sport e a Série Única fabricada no ano de 1995 que foi o ano em que o modelo se despediu do Brasil. Como na Alemanha o Santana (com esse nome) foi fabricado somente até o ano de 1985 não existe uma versão com novo estilo. Nesse país o Passat veio substituir o Santana.
A Concorrência do Santana
A chegada do Santana no Brasil se deu no momento em que os seus concorrentes de maior destaque eram o Ford Del Rey, o Chevrolet Monza e o Chevrolet Opala. O Opala já estava um pouco defasado no que diz respeito aos modelos anteriores, contudo, tinha um desempenho bem melhor em especial na versão 4.1. Talvez por isso o Opala era o mais caro dentre todos esses modelos. Já no quesito conforto e acabamento o Del Rey se destacava por ser uma evolução do Del Rey.
Porém, o Del Rey não tinha a mesma modernidade encontrada em destaque no Santana. Nesse fator o Monza era o maior concorrente uma vez que tinha o motor posicionado transversalmente o que permitia mais espaço e mais conforto para quem andava no carro. Nesse embate o Monza levava a melhor com aqueles que estavam acostumados com todo o conforto que a linha Opala oferecia. O Santana era mais interessante para quem desejava contar com mais esportividade.