Não é novidade para ninguém que o mundo está em constante mudança: desde quando nós começamos a se relacionar uns com os outros em uma civilização, evoluindo sempre nessa raiz, o ser humano começou a pavimentar a sua “eternidade” no planeta Terra, haja visto que desde o surgimento da vida por aqui, dezenas de milhares de animais foram extintos, seja por força da própria natureza ou, infelizmente, do próprio homem.
A Religião
Religião Muçulmana
E, durante muitos e muitos anos, a figura masculina vinha sendo colocada como a principal nas relações humanas, sendo essa relação intensificada com o surgimento de diversos tipos de credos e religiões. Podemos observar isso bastante em religiões muçulmanas, onde as mulheres são vistas, algumas vezes, como uma propriedade do homem, na qual ele decide por ela todos os rumos de sua vida.
O Cristianismo também é uma religião na qual a mulher era vista como “submissa” às vontade do homem, mas de uma forma menos radical. Ainda assim, a mulher passou a ser vista como um ser que deveria satisfazer a todas as vontades masculinas, tendo um destino pré-definido desde o seu nascimento, que era a promessa de sua mão para um pretendente, na qual ela deveria viver para agradá-lo, bem como cuidar dele e da prole que ela por ventura pudesse vir a gerar com ele.
Cristianismo
E, desde então, as responsabilidades sobre os filhos, sobre a casa e sobre o marido caem sob as costas das mulheres. Atualmente, esse panorama vem mudando, sobretudo nos países desenvolvidos, com uma presença cada vez mais maciça das mulheres no mercado de trabalho, nas escolas e Universidades, no Show Bussines, nas instituições financeiras, enfim.
Um outro local onde as mulheres sofrem muito com o machismo é o trânsito, um local onde, há alguns anos atrás, era um ambiente majoritariamente masculino. Diariamente, nos pegamos vendo situações onde as mulheres são julgadas por algum deslize que possam ter cometido no trânsito – mesmo quando esse deslize acontece normalmente com homens.
O Machismo Enraizado
Quem nunca se pegou ouvindo – ou pior, fazendo- um comentário sobre alguém que tenha dado alguma “escorregada” enquanto estava dirigindo e soltou a seguinte frase: “deve ser uma mulher que está dirigindo”. Muitos não sabem, mas essa frase é grosseira e expressa uma grave percepção sob a mulher que a acompanha desde quando o seu modelo de vivência foi estabelecido pela sociedade.
Vale a pena relembrar que diversas nações ainda proíbem que a mulher possa tirar sua carteira de habilitação, principalmente àqueles nas quais a religião islâmica tenha maior influência. Aos poucos, esses cenário está mudando.
Mas não precisamos ir muito longe para perceber o quanto os direitos femininos foram subjugados durante muito e muito tempo: no Brasil, por exemplo, as mulheres só foram ter direito ao voto a partir de 1930, depois de muito protesto e pressão política. Em alguns lugares, os direitos femininos só começaram a valer a partir dos anos 1980, o que dá pra dimensionar bem o quão forte foi o choque de cultura. Em alguns locais, apesar de leis rígidas, muitos se recusam a aceita-las, principalmente os homens, que ainda fazem questão de manter a mulher sob a sua “posse”, cometendo atrocidades que não combinam em nada com o momento vivido pela humanidade.
No trânsito, sempre foi comum, infelizmente, associar algum deslize ou acidente cometido às mulheres. Por exemplo: quando acontece algum acidente entre um motorista homem e uma motorista mulher, é bem provável que a maioria das pessoas julguem que isso seja culpa dela do que do homem, puramente pela terrível alcunha de que a mulher não sabe dirigir por natureza. Ora, como isso é possível se ela teve que seguir todas as regras para tirar sua habilitação assim como o homem? É inadmissível que um discurso desse seja proclamado atualmente.
Ilustração Machista
Pensando nisso, diversos coletivos feministas fazem reuniões periódicas com as grandes marcas automotivas para poder expressar o quão importante é o respeito pelo mercado feminino de automóveis, para que juntos possam buscar alternativas mais sólidas em relação ao machismo no trânsito. Soluções por meio de marketing e de trabalhos incisivos para poder promover a consciência do respeito e da paridade de gênero estão sendo cada vez mais discutidos.
A Mudança Nas Propagandas
Uma prova de que o diálogo e de que a demonstração da importância de respeito pela mulher pode mudar conceitos é o caso de uma das indústrias que mais movimenta a economia do nosso país: a cervejeira. Historicamente, as cervejas eram anunciadas nos comerciais com mulheres com atributos corporais “padrões”, geralmente despidas ou com uma peça de roupa mínima, como biquínis.
Aline Riscado, Garota Propaganda de uma Marca de Cerveja
A associação dos coletivos argumentava que a mulher, nos comerciais, nada mais era do que um produto de consumo, assim como o produto anunciado. E, se passarmos a olhar as propagandas envolvendo cervejas e demais bebidas alcóolicas, podemos perceber que as mulheres passaram a serem exibidas não com roupas “provocantes”, mas como potenciais consumidoras, assim com os homens. Apesar do progresso, houve um burburinho por parte dos conservadores que acreditam que isso não deveria ser mudado.
Algumas empresas desse ramo, como a AmBev, passaram a apoiar essa ideia cada vez mais, tendo a companhia lançado uma propaganda exaltando a mulher não pelos seus atributos físicos, mas pela sua capacidade de conseguir seu lugar ao sol, bem como, também, ser uma consumidora de cerveja assim como o público masculino.
O Progressismo No Direitos da Mulher
É verdade que a luta pela igualdade de direitos sofreu um bônus bastante grande nos últimos tempos, com ideias sendo pregados em todas as mídias sociais, emissoras de TV, enfim. O problema é que, nos últimos tempos, uma onda de conservadorismo está cada vez mais tomando conta da sociedade, com a eleição de líderes que tomam frente disso, como Donald Trump nos Estados Unidos, Duterte na Indonésia e Jair Bolsonaro no Brasil. É natural que as ideias progressistas batam de frente com os ideais conservadores, principalmente no que diz respeito do papel da mulher na sociedade.
Donald Trump
Então, caso você ver algum condutor fazendo alguma infração ou deslize no trânsito, tenha a consciência de que não é o gênero que determina se o ato de dirigir será bom ou não, mas a habilidade.
