Ter um veiculo sempre foi sinônimo de independência. Isso porque, muitos conseguem obter independência de locomoção quando conseguem adquirir um veículo para poder ir ate o trabalho ou o estudo, por exemplo, sem precisar esperar muito tempo no ponto de ônibus ou depender da carona de amigos. Ou seja, um veículo é um verdadeiro amigo para todas as horas.
O Brasil é um país bastante conhecido no mercado automobilístico justamente por causa dessa paixão nutrida pelos habitantes do país com os modelos de veículos. Desde muito cedo, nós fomos acostumados que, quando fizéssemos dezoito anos, seria o ápice de nossa vida arrumar um emprego que rendesse dinheiro suficiente para financiar um carro e, a partir daí, começar a crescer tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Atualmente, isso mudou um pouco, mas ainda continua sendo a meta de muita gente.
E aqui no país é notada uma tradição bastante peculiar, que assusta, até mesmo, que não mora aqui: a cultura dos carros antigos. Ou seja, podemos nos deparar na rua com um modelo de último tipo, fabricado naquele mesmo ano, e também um modelo que já tenha sido fabricado há mais de 40 anos. Apesar de muitas considerarem que tais veículos ainda se mantém na ativa pelos preços baixos para sua manutenção, muitas pessoas os escolhem justamente por serem antigos e mostrarem um nostálgico design que agrada a muitos.
Um dos carros mais antigos que, ate hoje, é bastante encontrado nas cidades e em zonas rurais é o Fusca, da alemã Volkswagen, sendo esse o primeiro modelo de automóvel construído pela empresa que foi fundada pelas mãos de Hitler, em pleno governo do partido Nazista.
No entanto, não é só o Fusca que é bastante conhecido e lembrado. Outros modelos, como o Variant 1600, que também é de produção da alemã, coleciona diversos fãs. E é sobre esse modelo que iremos falar nesse artigo. Aqui, você vai conhecer um pouco mais sobre ele, além, é claro, de uma explanação sobre alguns requisitos técnicos. Vamos lá!
Ficha Técnica da Variant 1600
O Variant 1600 é um carro do portfólio da Volkswagen que entrou para a linha de produção no ano de 1969 e saiu rapidamente, no ano de 1971. Naquela época, pelo menos no mercado brasileiro, o modelo, juntamente com o Fusca e a Kombi eram os únicos representantes da montadora alemã. A propósito, o modelo com o maior tempo de produção em solo brasileiro é a Kombi, que ficou no mercado entre a década de 50 até o ano de 2013, onde sua produção só foi encerrada por conta de novas leis que obrigavam a adoção de itens de segurança como airbags e freios ABS, o que tornava inviável a fabricação da Kombi com essas novas exigências.
O Variant 1600, assim como a Kombi, compartilhava o motor resfriado a ar que equipava o fusca, podendo ser facilmente adaptado para sistemas de subalimentação. Com essa configuração, a Volks queria conquistar aqueles consumidores que desejavam um modelo diferente do fusca, e que possuísse um “algo” a mais.
Em 1968, então, o mundo foi apresentado ao modelo, que era considerado um carro de três volumes e que possuía quatro portas, com o seu motor de 1600 cc que estava posicionado na parte traseira do automóvel. Tinha a capacidade de acomodar até 4 passageiros, podendo desenvolver uma velocidade máxima de 135 quilômetros por hora. A parte dianteira, que era uma coisa que o mundo nunca tinha visto, contava, incialmente, com dois faroletes retangulares, que vieram a ser alterados no futuro, passando a serem de forma redonda. Vendido como um carrinho que queria ganhar o gosto popular. No entanto, ele foi na contramão das expectativas, tendo, somente, um relativo sucesso com os taxistas, que enxergavam no modelo um bom veículo para se realizar os transportes de seus passageiros. Nacionalmente, ficou conhecido como “Zé do Caixão”, por conta de seu formato peculiar na parte traseira, que foi bastante divulgada pela VW como uma nova forma de design, que, segundo ela, iria ditar as novas regras de planejamento de automóveis. Em outros locais do país, ainda, o carrinho tinha a alcunha de (saboneteira). Embora a montadora alemã tenha feito de tudo para tirar essas famas que ela considerava negativas para o carro, os esforços não surtiram o efeito esperado, acabando que o carrinho nunca caiu no gosto popular, acarretando em seu descontínuo no ano de 1971.
Apesar de ter sido um fiasco comercialmente, o Variant 1600 abriu diversos precedentes para a marca sendo que, para ela, isso soou como um investimento positivo, que possibilitou o lançamento de outros automóveis seguindo a tendência europeia, assim como o Variant foi lançado. Desse carro, surgiu a perua Variant, em 1969, alcançando um certo sucesso.
Como já dito inicialmente, o motor da Variant 1600 é compartilhado com outros automóveis da linha, e, apesar de ocupar a parte traseira do veículo, isso em nada comprometia o armazenamento do porta malas, que chegava a mais de 640 litros, para poder colocar bagagens ou outras coisas. Um dos motivos para que o porta-malas fosse desse jeito está implicado no fato do icônico design da traseira, que foi modificado em seu último ano, em 1971, o que suavizou o seu contorno e o deixou menos parecido com seu irmão ‘Zé do Caixão”. Esse novo desenho passou a ganhar a aceitação dos consumidores, que começaram a olhar o modelo com outros olhos. E, como já dito também, os taxistas foram o segmento de consumidor que mais deram atenção ao Variant, que, vendo essa grande aceitação entre eles, fez com que a VW criasse o modelo de quatro portas, para atender a mais esse segmento de mercado.
A sua saída do mercado se deu como uma resposta ao projeto “cansado” do veículo (embora ele tenha sido fabricado por apenas dois anos, o projeto já existia na Alemanha desde 1961), bem como a introdução do VW Passat, que era muito mais tecnológico e que, com o passar do tempo, iria “roubar” mercado do Variant se continuasse com a sua produção simultânea a do Passat. E, assim, a história do simpático modelinho terminou em 1971. Mas, deixando um grande legado para a VW, que pode aplicar diversos conhecimentos do 1600 em lançamentos futuros.
