Brasília 1976: Ficha Técnica

Os automóveis sempre foram o suprassumo do consumismo mundial, principalmente no Brasil, local onde ter um bem desse é considerado como um verdadeiro avanço social. E isso pode ser visto  nas ruas brasileiras, que estão, praticamente, tomadas com vários modelos de automóveis: desde modelos lançados recentemente, com um grau de tecnologia invejável a, até mesmo, carros com mais de 40 anos de história, no qual havia poucos acessórios e somente o principal, que era desempenho para poder andar.

E isso perdura no país, principalmente, por conta dos altos preços pagos por modelos “zero quilômetro”, inclusive, para os carros considerados “baratos” e “populares” que, ultimamente, têm atingido uma casa de preço que está se tornando incompatível com a ideia de “acessível”.

As principais montadoras que atuam no mercado brasileiro são a Volkswagen, a Chevrolet, a Ford, a Fiat a Renault, a Peugeot, Citröen, entre outros que buscam, a qualquer custo, tomar a dianteira como sendo a maior montadora do país, E, nessa briga de gigantes, pode-se falar que a Volks é uma forte concorrente: já criou diversos carros que caíram no gosto popular, como o Fusca e o Gol, e sempre está antenada com as novas tendências surgidas no mercado. Um dos modelos mais icônicos da marca e que já virou tema até de música é a VW Brasília, que é o tema desse artigo, que irá tratar um pouco sobre as características físicas e técnicas desse automóvel, além de algumas curiosidades acerca da atuação da Volkswagen no Brasil. Confira:

A Brasília: Sua Concepção

O VW Brasília foi um carro projetado nos anos 1960 e 1970, começando a ser produzido no ano de 1973, ficando em ativa no mercado por nove anos, até que, em 1982, sua linha de produção foi extinta.  Ele foi concebido para ser um automóvel que conseguisse reunir, em um só, a força e o desempenho do VW Fusca que, na época, era uma grande febre, com um design mais moderno e com uma área interna mais privilegiada. Apesar de ter um espaço interno maior que o do Fusca, ele é considerado um carro pequeno, que pode carregar até 5 pessoas.  O nome “Brasília”, como se pode imaginar, é uma homenagem a uma das cidades mais bem planejadas de todo o planeta, que havia sido fundada 13 anos antes do início da produção do modelo nas fábricas da Volks.

A história do Brasília é muito interessante, visto que esse modelo foi um dos primeiros a serem projetados totalmente fora da matriz alemã, sendo, também, um dos primeiros modelos genuinamente brasileiros. Rudolph Leidig, presidente da VW Brasil à época, reuniu-se com os seus melhores engenheiros, e propôs que eles pudessem projetar um carro que fosse à altura da potência do Fusca, mas que tivesse mais a cara do mercado brasileiro, ou seja, uma maneira de fazer o consumidor se identificar mais com a marca. E, com isso, surgiu a concepção de um modelo que abusava das linhas retilíneas em seu design e, também, em bastante vidro, já que o carro é conhecido por ter um grande espaço na lataria reservado para esses materiais translúcidos. O conceito do carro se aproximava muito de um outro modelo da fabricante, que era o Variant, com a diferença que a plataforma adotada no Brasília era inteiramente do Fusca, mudando somente a estrutura do automóvel: o motor, por exemplo, continuou sendo o refrigerado a ar, uma das características do “besouro”.

O modelo foi cercado de muita expectativa, tanto é que, quando ele saiu do protótipo e foi produzido, os primeiros modelos começaram a circular em fases de testes perto da fábrica da Volks, para evitar possíveis vazamentos de fotografias do modelo. No entanto, isso não impediu que um fotógrafo invadisse a área de teste e tirasse fotos do modelo, o que acabou provocando uma reação dos seguranças que estavam próximos do local, que pediram para que o fotógrafo se afastasse. Depois da negativa, resolveram atirar contra o carro onde o fotógrafo estava. Ele não se feriu durante a ação, mas foi o suficiente para que a notícias acerca do “atentado” sofrido pelo jornalista alcançassem os diversos meios jornalísticos, que causou uma grande comoção nacional. Depois disso, o jornalista vendeu essas imagens para a revista Quatro Rodas, ajudando a alavancar a vendagem da mesma e, também, acabando em final feliz para o próprio fotógrafo, que foi contratado pela revista para ajudar a preparar novos flagras.

O motor 1,6 litro do Brasília, que foi lançado em 1973, tinha potência suficiente para entregar 60cv brutos ao desempenho do carro, o que provocou a ira de muitos consumidores, que exigiam uma maior economia de combustível em relação ao modelo, bem como, também, um maior desempenho do carrinho. A Volks, atenta aos pedidos dos motoristas, lançou como resposta, em 1976, um motor 1,6 litro que era alimentado por dois carburadores do tipo Solex 32 – Nesse caso, o ganho em CV saltou de 60 para 65, mostrando uma diferença razoável em relação ao desempenho do modelo.

O Brasília correspondeu bem aos anseios da VW, que era construir um carro que pudesse oferecer um conforto e espaço maior aos ocupantes, juntamente com um design mais contemporâneo. E, com o passar dos anos e a resposta do mercado, o Brasília foi ganhando atualizações que o deixou cada vez mais com a cara de um carro premium, de luxo.

A partir do ano de 1977, o Brasília foi ganhando tais atualizações, que eram bastante significativas, já que, aos poucos, começou a deixar o carro bastante competitivo com outros de seu segmento que eram considerados luxuosos.

O México foi o único país além do Brasil a produzir o modelo em suas próprias terras, sendo que, os demais lugares onde ele foi vendido, era somente por exportação por meio desses dois países.

O Brasília chegou a ter um modelo com quatro portas, mas que não deslanchou por aqui por conta de a população ter uma certa rejeição com esses modelos na época. Mas isso não decretou o fracasso do modelo, já que era bastante requisitado pelos taxistas. Atualmente, acontece o inverso: a população clama cada vez mais pelos carros com quatro portas.

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Categoria(s) do artigo:
Volkswagen

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